A DISTÓPICA ELEIÇÃO DE JAIR BOLSONARO

Abstract

O presente artigo visa demonstrar de que forma um candidato de extrema-direita, defensor de pautas contrárias a basilares princípios constitucionais, como a prática da tortura, a discriminação e o ataque a minorias  menos favorecidas ao longo da história brasileira, pôde ser eleito com apoio de importante parcela da população do Brasil. Pretende-se debater como tal fato concretizou-se, a despeito dos avanços civilizatórios na defesa dos direitos fundamentais desde 1988 em um país, cujos habitantes haviam dado provas de que não tolerariam mais discursos dessa envergadura, mas que acabaram por avalizar retrocessos equiparáveis, apenas, aos vistos durante a ditadura militar iniciada em 1964. Para entender o contexto, será feita uma retrospectiva histórica, partindo-se do regime militar, passando-se pela redemocratização e todos os governos que a sucederam, com especial atenção à transição entre o governo de Dilma Rousseff (principalmente, o seu impeachment) e de Michel Temer, em que propiciou o retorno dos grupos de extrema-direita alijados do poder em 2002, mas que viram em Jair Bolsonaro o único capaz de fazer frente ao PT.