A MULHER COMO OBJETO DE CONSUMO

UMA ANÁLISE DA RELAÇÃO DA OBJETIFICAÇÃO FEMININA COM OS INDICATIVOS DE FEMINICÍDIO NO BRASIL

Autores

Palavras-chave:

Gênero. Mulher. Objeto. Feminicídio.

Resumo

O presente artigo investiga se existe relação entre o fenômeno da objetificação da mulher em anúncios veiculados pela mídia e os indicativos de feminicídios no Brasil, por meio da observação do fenômeno da objetificação da mulher no decorrer dos anos e da verificação acerca de como a sociedade machista e conservadora contribui para que, mesmo os anúncios atuais, continuem a perpetuar a figura da mulher como objeto de propriedade masculina. Para tanto, pretende investigar se estas publicidades acerca da imagem da mulher podem guardar relação com os índices de feminicídios no país. Utiliza do método de abordagem hipotético-dedutivo, métodos de procedimento histórico e estatístico e técnica de pesquisa bibliográfica. Como resultado, tem-se que a crença masculina de que seu gênero pode se considerar proprietário das mulheres, que seriam mero objeto de seu prazer, crença esta que é reiterada constantemente com os anúncios tratados neste artigo, pode, sim, levar a índices cada vez maiores de feminicídio.

Biografia do Autor

Taina Spadoa Vidi, Universidade Federal de Santa Maria

Graduanda em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria. Foi bolsista do Fundo de Incentivo ao Ensino (FIEn). Membro da Equipe de Arbitragem da UFSM (Arbitra UFSM). Participante do Projeto de Ensino "Meios Alternativos/Consensuais de Solução de Conflitos: Negociação, Mediação e Arbitragem", do Projeto de Pesquisa "Meios Consensuais de Solução de Controvérsias: mediação e arbitragem no âmbito do direito empresarial e do comércio internacional" e do Projeto de Extensão "A propriedade intelectual sob um olhar lúdico: o fortalecimento de conhecimentos a partir dos vínculos existentes entre a UFSM e a unidade de educação infantil Ipê Amarelo", da UFSM. Escrevente no Cartório de Registro de Imóveis de Rio Pardo/RS.

Paola Gabriele Inda Teixeira, Universidade Federal de Santa Maria

Graduanda em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria. Participante do Grupo de Estudos em Meios Alterativos de Solução de Conflitos - arbitragem, mediação e negociação. Membro da equipe de arbitragem da UFSM (Arbitra). Escrevente junto ao Ofício de Registro de Imóveis de Santa Maria.

Referências

AGÊNCIA PATRÍCIA GALVÃO. Pesquisa representações das mulheres nas propagandas na TV (2013). Disponível em: https://agenciapatriciagalvao.org.br/mulheres-de-olho/mulher-e-midia/pautas-midia/pesquisa-revela-que-maioria-nao-ve-as-mulheres-da-vida-real-nas-propagandas-na-tv/. Acesso em: 30 jun. 2022.

BADINTER, Elisabeth. Um é outro: relações entre homens e mulheres. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

BELMIRO, Dalila Maria Musa, et al. Empoderamento ou Objetificação: Um estudo da imagem feminina construída pelas campanhas publicitárias das marcas de cerveja Devassa e Itaipava. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro, RJ. Disponível em: http://portalintercom.org.br/anais/nacional2015/resumos/R10-1863-1.pdf. Acesso em: 04 jul. 2022.

BORTOLOTTO, Thaís Helena. O retrato da mulher na publicidade. Disponível em: https://repositorio.pgsskroton.com/bitstream/123456789/870/1/artigo%2035.pdf. Acesso em: 04 jul. 2022.

CAMARGO, Pedro. Propaganda e mulher objeto. Disponível em: mundodomarketing.com.br/artigos/pedro-camargo/24920/propaganda-e-mulher-objeto.html. Acesso em: 30 jun. 2022.

CLIENTESA. Marcas ainda usam mulheres como objeto na propaganda. Disponível em: <https://www.clientesa.com.br/estatisticas/68296/marcas-ainda-usam-mulheres-como-objeto-na-propaganda>. Acesso em: 29 jun. 2022.

D’ÁVILA NETO, Maria Inácia. O autoritarismo e a mulher: o jogo da dominação macho-fêmea no Brasil. Rio de Janeiro: Achiamé, 1980. p. 36.

FABRIS, Thaís. Machismo Mortal. In: A publicidade avançou na forma de representar a mulher? NEGREIROS, Adriana. Disponível em: https://claudia.abril.com.br/noticias/a-publicidade-avancou-na-forma-de-representar-a-mulher/. Acesso em: 03 jul. 2022.

FISCHER, Rosa Maria Bueno. Mídia e educação da mulher: Uma discussão teórica sobre modos de enunciar o feminino na TV. Revista Estudos Feministas, 2001, 9 (2), p. 586-599.

FREITAS, Simone. A mulher e seus estereótipos: Comparando 50 anos de publicidade televisiva no Brasil e Portugal. Disponível em: http://www.ec.ubi.pt/ec/16/pdf/EC16-2014Jun-06.pdf. Acesso em: 29 jun. 2022.

GERVAIS, Sarah J., et al. Seeing women as objects: The sexual body part recognition bias. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/ejsp.1890. Acesso em: 04 jul. 2022.

JORNAL DE BRASÍLIA. A grande causa da violência [contra a mulher] está no machismo estruturante da sociedade brasileira. Disponível em: https://jornaldebrasilia.com.br/cidades/a-grande-causa-da-violencia-contra-a-mulher-esta-no-machismo-estruturante-da-sociedade-brasileira/. Acesso em: 30 jun. 2022.

LIMA, Antonio Carlos de Souza (coord.). Antropologia & Direito: temas antropológicos para estudos jurídicos.

LOURENÇO, Ana Carolina Silva; ARTEMENKO, Natália Pereira; BRAGAGLIA, Ana Paula. A “objetificação” feminina na publicidade: uma discussão sob a ótica dos estereótipos. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Vila Velha – ES. Disponível em: http://www.portalintercom.org.br/anais/sudeste2014/resumos/R43-1169-2.pdf. Acesso em: 4 jul. 2022.

MENEGHEL, Stela Nazareth; PORTELLA, Ana Paula. Feminicídios: conceitos, tipos e cenários. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2017, vol. 22, n. 9, pp.3077-3086. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v22n9/1413-8123-csc-22-09-3077.pdf. Acesso em: 03 jul. 2022.

PETERSEN, Áurea. Discutindo o uso da categoria gênero e as teorias que respaldam estudos de gênero. In: ROSO, A. et al. Gênero por escrito: saúde, identidade e trabalho. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1999.

PRADA, Monique. Putafeminista. Coleção Baderna. Editora Veneta, 2018.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil para a análise histórica. Educação & realidade. V. 20, n. 2 (1995). Disponível em: https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/71721/40667. Acesso em: 04 jul. 2022.

SENADO FEDERAL. Comissão Parlamentar Mista de Inquérito: finalidade de investigar a situação da violência contra a mulher no Brasil e apurar denúncias de omissão por parte do poder público com relação à aplicação de instrumentos instituídos em lei para proteger as mulheres em situação de violência. Disponível em: https://assets-compromissoeatitude-ipg.sfo2.digitaloceanspaces.com/2013/07/CPMI_RelatorioFinal_julho2013.pdf. Acesso em: 29 jun. 2022.

Downloads

Publicado

16/12/2022

Como Citar

Vidi, T. S., & Inda Teixeira, P. G. (2022). A MULHER COMO OBJETO DE CONSUMO: UMA ANÁLISE DA RELAÇÃO DA OBJETIFICAÇÃO FEMININA COM OS INDICATIVOS DE FEMINICÍDIO NO BRASIL. Revista Da Faculdade De Direito De São Bernardo Do Campo, 28(2), 14. Recuperado de https://revistas.direitosbc.br/fdsbc/article/view/1144